27 de jun. de 2009

RECOMEÇAR


O fazer “de-novo” depois da queda, tem-se que aprender a ciência do fazer sem a energia do começar, que, em geral, vem da ambição de provar o próprio valor, e, depois, prossegue pela simbiose entre sucesso e vaidade.
Aquele que um dia fez e caiu no que fazia, tem que se erguer de escombros de depressão, de tristeza e de realidade em estilhaços, e isso sem os ânimos do engano. Eu sei o que estou falando. Já tive que me pôr de pé muitos e muitos dias apenas crendo que é em pé que eu deveria estar. E dizia para mim mesmo: “Filha do Homem! Põe-te em pé e falarei contigo!”; ou ainda: “Que fazes aqui Elias?”; ou mesmo: “Das profundezas clamo a Ti Senhor!” E para recomeçar? Ah! Meu Deus! Pesa mais recomeçar depois que já se teve muito ou quase tudo, do que quando nunca se fez ou teve nada. Sim! Pois se sabe que se foi por muitos labores que se chegou aonde se chegou [e de onde se caiu] — será por muitos e muitos mais trabalhos interiores e exteriores que se sairá de onde se caiu a fim de começar outra vez. Para recomeçar no sentido da vida só mesmo pela fé!
Talvez seja por essa razão que Abraão já não fosse jovem quando foi chamado; e já era um velho amortecido quando gerou seu filho Isaque. Talvez seja pela mesma razão que Moisés já fosse idoso ao ser chamado para conduzir o povo. Sim! Pois ambos já eram homens sem ilusões, e, por isto, eram homens apenas da fé, e não do entusiasmo dos tolos e ambiciosos, por mais puros que fossem em seu entusiasmo iludido. Abraão e Moisés não voltaram para suas casas empolgados e dizendo: “Oba! Surgiu-me uma grande oportunidade de mudar o mundo!” Não! Foram decisões difíceis e graves. Implicavam em abandonar todos os passados. Determinava uma decisão de rompimento com todas as coisas. Era como nascer de novo já velho, (não que eu seja "velha"rsrs), nascer sem as ignorâncias que animam a existência juvenil. Enquanto a gente começa apenas na empolgação, a gente fica sem saber o significado de andar apesar de tudo, e de esperar contra a esperança. Cada ação minha é muito mais apenas e tão somente o fruto de minha essência em fé e amor a Deus e à vida, pois, os motivadores de antes todos eles se acabaram. Hoje eu sei que a glória da segunda casa é maior do que a da primeira, pois, a primeira casa é feita pelas mãos movidas pela glória, enquanto as mãos que erguem a segunda casa são apenas movidas pelo amor simples. Assim, quando faço muitas coisas apenas por consciência e não por empolgação, muitas vezes o faço entre suspiros pesados de cansaço, mas com grande alegria de verdade no coração, pois, a segunda casa não é gloriosa como a primeira, mas é simples, sincera e sem entusiasmos infantis. Até Noé, depois do Dilúvio, antes de recomeçar, plantou uma vinha, pois, depois do Dilúvio a alma quer um descanso de alegria leve. Mas a vinha não lhe fez bem. Excedeu-se. E teve que viver com as conseqüências. Depois do dilúvio eu fiquei parado entre plantar uma vinha e continuar direto da arca para a construção de algo que fosse a continuidade da vida. Fiquei em silêncio!... Decidi plantar um trigal, não um vinhedo. Crendo que aquele que vai andando e chorando enquanto semeia, voltará com jubilo trazendo os seus feixes. E é assim que levanto todas as manhãs. É assim que me levantarei todas as manhãs, se Ele assim me ajudar. Pois, quero andar serena enquanto planto; certa de que se chora no caminho, mas, muito mais certa ainda de que os feixes de vida já estão prontos para que eu os leve em meus ombros como carga de alegria da vida.
Amém!
"...considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus!!" (Rom. 06:11)

9 de jun. de 2009

OBEDECER...


Quando um homem serve a Deus, procurando fazer a Sua vontade, há sobre a sua vida bênçãos. Ele sendo bom e honesto receberá bênçãos atrás da outra. Andando sempre debaixo da doutrina da Palavra, o justo só terá recompensas da parte de Deus. Viver em justiça é buscar a Deus sobre todas as coisas, é ouvir a Sua voz e fazer cumprir Seus mandamentos durante sua vida. Dessa forma as bênçãos do Senhor alcançam o homem obediente; quando há obediência às leis do Senhor, Deus dá grande abundância de boas coisas da terra; serão abertos sobre a sua vida o maravilhoso tesouro: o céu no tempo certo. Tudo quanto faz o justo prosperará. Emprestará e não tomará emprestado. O justo tem sobre a sua cabeça bênçãos de fartura de pão, benção quando entrar e benção quando sair. Tudo que suas mãos produzirem será também abençoado, toda a sua descendência será bendita, pois a coroa do justo vem de Deus; as bençãos que Deus tem para Seu servo são muitas, incontáveis, incomparáveis e maravilhosas. Muitos vêem e não entendem porque o cristão é feliz, mas nós sabemos que as promessas de vitória àquele que persevera diante de Deus serão cumpridas, pois há segredos do Senhor nosso Deus que Ele só conta ao servo obediente, justo e fiel a Ele e ao que busca de todo coração. Ao justo que vive na presença de Deus, Ele revela a Sua palavra e é para que seja conhecida e vivida em obediência pelo justo e por sua descendência sendo assim cumprida como no Sl 37:25: “Já fui moço, hoje sou velho, mas nunca vi um justo desamparado e nem a sua descendência mendigar o pão.” Ao que dá ouvido à Sua voz, obedece a Sua palavra, é esforçado em aprender, tem bom ânimo, o Senhor é fiel para amparar e jamais deixa-lo. Deus diz que a chave para uma vida prospera e feliz é OBEDECER. O Senhor tem derramado sobre a vida dos seus servos bênçãos que o seguem, estão sobre ele. Alem de Suas bênçãos estarem sobre o servo, ele é o Senhor que sustenta e ainda diz mais aos seus: “Não temas, sê tu uma benção”. Faça a diferença. Quando das lutas, Deus continua a te dizer pela Sua palavra: “eis que nessa peleja não tereis que pelejar”, pois Ele é o Senhor que te dá vitória em todas as suas batalhas, tão somente confie, que toda boca de Leão Deus já fechou, mesmo que você tenha que entrar na cova, Ele é Deus e fará o impossível por você. Que Deus abençoe a Tua vida abundantemente e que a Sua palavra seja sempre cumprida na sua vida, assim como Ele foi com Abraão, Isaque, Jacó, Jose do Egito, Moises e Josué, o Senhor seja contigo também desde agora e para sempre.

Escute o senhor JESUS e não o homem!
Viva pelo senhor JESUS e não pelo homem!
Adore ao senhor JESUS e perdoe o homem!

6 de jun. de 2009

AS DOENÇAS DE SER...

...QUE NÃO VEMOS EM NÓS!

Não é porque alguém não defeque nas calças e nem faça xixi nas pernas que seja sadio. Não é porque uma pessoa não seja violenta e agressiva que por tal razão seja sadia. Não é porque a pessoa não apresente nenhuma das disfunções psíquicas que ocorrem como transtorno em pessoas diagnosticadas com problemas psíquicos graves que, por tal razão, ela seja mentalmente sadia. Nossos maiores problemas mentais não são objeto de preocupações psicológicas e psiquiátricas. Sim! Eles decorrem de inseguranças sutis, de abusos leves, de mentiras simples, de implicâncias e antipatias inocentes, de direitos pessoais exacerbados, de intenções de controle e manipulação, de incapacidade de se enxergar, de traumas antigos e esquecidos, mas que deixam suas trilhas como caminho emocional na pessoa, etc. Desse modo, não havendo cuidado e atenção da pessoa a si mesma, às suas emoções, reações, explosões, iras, irritações, etc. — ela vai ficando cega; e, pela normalidade da conduta social, vai adoecendo na alma sem notar que o mal está instalado e crescendo... Nessa hora [hora-sempre], além de freqüente e diário auto-exame, devemos também, por mais chato e desagradável que nos seja, passarmos a dar atenção ao que os outros que nos amam dizem a nosso respeito; visto que, muitas vezes, o que os outros - íntimos dizem de nós carrega muito daquilo que não vemos e não queremos ver e admitir. Normalmente tal situação é criada por um de dois extremos na alma:
1. Excesso de segurança sobre os próprios conceitos e justiça-própria.
Ora, uma pessoa tomada de tais certezas de justiça pessoal, em geral se torna incapaz de ver suas próprias idiossincrasias; as quais, em tal caso, são o resultado de tudo o que ‘de bom’ resida em tal justiça pessoal, mas que, não sendo objeto de analise da pessoa, acaba cegando áreas inteiras da auto-percepção; sem falar que muita gente, depois de um tempo vivendo assim, desenvolve mais e mais aspectos positivos de sua justiça-própria com a finalidade inconsciente de ter álibi para um monte de outras coisas que a pessoa não quer ver e nem tratar.
2. Grande insegurança acerca de si mesmo.
Se a pessoa cheia de justiça-própria pode cegar-se por falta de auto-percepção gerada pela falsa idéia de justiça pessoal, de outro lado, o inseguro enxerga-se de modo desproporcionalmente negativo, e, assim, desenvolve todas as doenças da insegurança, que podem ir de extremo narcisismo ao oposto dele, que é a pior auto-imagem possível. Por isto, o mandamento é este: “Examine-se o homem assim mesmo...” Afinal, se no Querubim da Guarda pôde entrar perversidade em meio à Glória, pergunto: Quem fez você crer que, por julgar-se bom e justo, algo do Querubim Exaltado não possa alojar-se sutilmente em você? Sim! As piores doenças do ser não existem nas tabelas de doenças da alma da ciência. Nosso chamado, todavia, é para a cura diária e para a auto-analise cotidiana; não nos conformando com os padrões de comportamento adoecido desta geração perversa, e, além disso, aceitando nosso chamado para a renovação da mente, todos os dias; checando a nós mesmos diante do amor de Deus e do padrão de saúde interior determinado pelo mandamento de ser, conforme o amor em Jesus. No dia em que alguém se julga completamente sadio, nesse dia estará mais doente de alma do que nunca. Somente os que existem crendo que precisam não apenas de manutenção espiritual, mas de cura mesmo, é que viverão sendo curados todos os dias. Aquele, porém, que julga que falta muito pouco a ser curado nele, esse, infelizmente, morrerá sob a presunção da saúde, celebrando conquistas antigas, mas que se perderam no tempo; posto que nenhuma virtude é perene em nós, visto que para cada virtude existe uma não-virtude equivalente ao que em nós seja virtuoso; e, assim, pela falta de auto-analise, o pólo negativo e equivalente de nossa virtude, sutilmente vai se alojando em nós, até que nos tome, enquanto nós julgamos que se trata ainda da virtude original. Não adianta. Não há bom. Quem não se entrega diariamente ao exame na verdade do Evangelho, esse, mesmo supondo servir a Deus, vai se perdendo sem notar...


É assim que o Querubim da Guarda se torna Lúcifer e só fica sabendo quando já é diabo.
•~ °•~ °•~ Pense nisso e olhe para você mesmo!•~ °•~ °•~

4 de jun. de 2009

ENQUANTO O CÉU NÃO CHEGAR...

O que devo fazer comigo mesmo até que chegue a hora de ir para o céu?
Esta é questão que hoje lateja na base do ser de quase todos os cristãos que se consideram “convertidos”. Converteram-se, mas não sabem ao quê e muito menos para o quê! Há aqueles que escondem essa questão dando uma resposta rápida: “Converti-me para glorificar a Deus e ser testemunha de Seu Reino”— então, após assim confessarem, passam a correr muito, de um lugar para o outro, a fim de salvar o mundo, sem perceber, é que precisam correr e correr, pois, do contrário, se olhassem para si mesmos e para suas inúmeras irresoluções, morreriam de depressão! A chamada “obra de Deus” esconde muita necessidade de verdadeiras obras de Deus em nosso ser, mas que não queremos nos abrir para experimentar. O Evangelho é essa Boa Nova sobre o quê e como se viver até que sejamos absorvidos pela vida. O problema, para muitos de nós, é que duas coisas acontecem: 1. Uma vez “convertidos” passamos a crer que o Evangelho que nos salvou agora é para “outros”, os perdidos que temos que alcançar. Dessa forma, a Boa Nova passa a ser por nós uma espécie de Herba Life que nós nos comprometemos a vender como dieta e pacote, a fim de que o negócio se expanda de modo piramidal. Mas já não tem mais nada a ver conosco, mas com a perdição dos outros. 2. Uma vez “convertidos” perdemos a nossa alma—digo: alma como psique. Ganhamos uma “alma salva”—e que aguarda o céu—enquanto perdemos a alma como lugar de movimentos permanentes, crescimentos, experiência de estações e auto-descoberta. Ou seja: a alma acaba como lugar de aventura e de crescimento pessoal. Por isto é que há cada vez mais há hordas imensas de cristãos doentes e infelizes. Afinal, o que lhes foi oferecido como vida no dia chamado Hoje, agora é apenas um título de capitalização celestial para num dia chamado Quem Sabe poder ser descontado na forma de um galardão—isto por se ter suportado viver tão miseravelmente enquanto o céu não chegava.
Fiel é a Palavra... Cristo Jesus veio ao mundo salvar os pecadores... Dos quais eu sou o principal... Desse modo, antes de tudo e todos, o Evangelho é para mim. Eu preciso da Graça e do Amor do Espírito para viver na Terra. Não foi para nada diferente que o Evangelho nos alcançou.
horda
s. f.
1. Tribo errante.
2. Bando indisciplinado; caterva.

3 de jun. de 2009

TIREM AS MÁSCARAS!


Soren Kierkegaard certa vez disse que "a vida é um baile de máscaras."
Ele sabia que este era o escudo atrás do qual as almas se escondiam de si mesmas, e, assim, tentavam ocultar suas faces também para a percepção dos demais.
A maioria quer ser famosa, mas poucos querem ser conhecidos!
Ora, usar máscaras, para muitos, não passa de truque, de um direito, de uma opção: ser ou não ser; mostrar ou não mostrar; como se tal bravata contra o próprio ser pudesse passar sem punição.
Para muitos, esconder-se atrás das máscaras é apenas um questão de proteção ou de diversão inexaurível e viciante.
Sim, acaba virando um vício do ser, a tal ponto que sem as máscaras muitos homens não suportam e morrem.
Assim, para a maioria, sem o personagem, acaba a pessoa.
Talvez esta seja a razão pela qual até agora ninguém conseguiu conhecer você, pois toda revelação que você faz de “si mesmo”, é sempre uma ilusão.
Você não sabe quem você é, mas apenas sabe qual deve ser a sua imagem, a sua máscara.
Nesse caso, sua mais ardente e compulsiva tarefa na existência consiste em preservar seu esconderijo. E, sem dúvida, devemos admitir que muita gente desenvolveu tal capacidade de transformismo com a mesma habilidade dos polvos miméticos.
Sendo assim, diz Kierkegaard, “você é tão mais bem sucedido, quanto mais enigmática for a sua máscara”.
Quando a existência se transforma “nisto”, eu e você viramos de fato nada além de NADA.
Ou seja, passamos a ser apenas uma “relação com os outros”; e o que nos tornamos é unicamente em razão e em “virtude dessa relação”.
A moral é a grande máscara. E os moralistas são o que detém o maior número de disfarces. Entre esses, o mais danoso de todos é o estelionatário da religião, o picareta que come as almas dos homens.
Lobos mascarados de ovelhas! A maioria existe assim. Daí, para muitos, catástrofes que lhes roubam as “máscaras” os deixam em estado de desespero, visto que sem a máscara eles não possuem um rosto próprio, algo que a própria pessoa reconheça para si e como sua, e não apenas como um reflexo da imagem que os outros devolvem para você mesmo, supostamente acerca de quem você aparenta ser para eles.
Desse modo, você vende imagem, e se alimenta dela. Mas no dia em que as máscaras são tiradas, muitos não conseguem mais viver, pois neles não há uma vida própria, mas apenas uma existência fabricada para consumo no Baile de Fantasias, que é a existência da maioria.
"Você não sabe que vem a hora chamada “meia noite” na qual todos terão que lançar fora suas máscaras? Você crê realmente que a vida se deixará zombar para sempre? Ou talvez você pense que pode escapar um pouco antes da “meia noite” e fugir de tal hora? Ou será que você fica apavorado com essa idéia?”—pergunta.
Você consegue pensar em algo mais apavorante do que ter que viver tal “meia noite” em sua existência na Terra ou em qualquer outro lugar onde isto possa lhe acontecer?
Quem vive nesse Baile de Fantasias não tem idéia do que faz de mal à sua própria alma.
Não existe droga mais viciante do que a força compulsiva da “máscara”.
Aquele que se faz um com a máscara, faz-se um com o Nada, pois sua natureza vai se dissolvendo numa multiplicidade...e que acaba fazendo com que esse ser realmente se torne muitos.
Você pode se tornar semelhante àquele pobre Gadareno, ocupado por “infelizes demônios”; numa legião de falsas identidades, que não são suas identidades, e muito menos correspondem a você!
Os demônios habitam sob máscaras.
Por isto mascarados lhes são tão desejáveis residências.
Pobre do auto-enganado que pensa que as máscaras o salvarão!
Tire de sua cara a máscara. Do contrário, você poderá vir a perder a coisa mais sagrada e preciosa de um homem - o poder unificador da personalidade, e a capacidade abençoada de se tornar alguém que seja realmente você.
Tirem suas máscaras e recebam VIDA!!

NÃO MATE OS QUE VOCÊ AMA


A pior coisa que pode acontecer a uma amizade ou relacionamento... — é quando os amigos ou parceiros julgam que se conhecem mutuamente por completo; e, também, quando pensando assim, os anos se passam, e eles, por julgarem conhecer o outro, o congelam em um estado de imutabilidade...; e, desse modo, sem que se saiba o que outro quer..., já se o interpreta; ou quando não sabendo que algo nele mudou..., se o fixa por antecipação; ou quando amando o outro, se assume que nosso amor por ele é apesar dele, pois, não damos mais a ele o poder de nos surpreender..., apenas porque o tenhamos frisado numa bolha de amor fraterno ou relacional que já não o permita mudar aos nossos olhos.
É assim que as amizades vão morrendo e os casamentos vão ficando a mesma coisa...
Sim, pois a história impõe vícios interpretativos!...
A coisa boa de uma amizade é justamente a expectativa de mutabilidade para o bem...
Por isto, verdadeiros amigos sempre se encontram esperando o melhor como surpresa fraterna.
O mesmo se pode dizer do casamento...
Quando os cônjuges perdem a esperança e alegria na possibilidade de que o outro cresça e mude, então, inicia-se o processo de falência do amor...
Digo..., não do amor mesmo, que tudo sofre e segue adiante... — mas falo do amor conjugal, que se alimenta também da alegria pela existência do outro; e, mais que isto: sempre espera que o bem não cesse na vida dele...
Na realidade, se há um ambiente no qual mais do que em qualquer outro não se deve julgar para que não se seja julgado, esse tal ambiente é o da amizade e o do casamento.
Entretanto, é justamente em tais/mesmos/ambientes que menos se leva á serio tal recomendação de Jesus.
Sim, pois é aí, pela suposta segurança e indissolubilidade do vínculo, que mais se julga, se interpreta e se projeta sobre o outro aquilo que não necessariamente nele esteja presente ou sequer em processo de existência...
“Segurança relacional”, seja pelo casamento ou pela amizade, não devem funcionar justamente para a realização do oposto: a ofensa, o julgamento, o sincericidismo, ou a impaciência que diz: “Já sei que tipo de coelho sai dessa mata...”
Todavia, é porque as pessoas se sentem “seguras”, que ofendem, julgam ou pré-definem o outro; e, depois, não sabem por que ambos vão ficando cada vez mais distantes...
Todas as coisas sadias se alimentam de pequenas gentilezas...
Todas as coisas sadias, por mais intimas que sejam, guardam sempre um lugar para a parcimônia e o cuidado da não ofensa...
Todas as coisas sadias em um relacionamento se alimentam de cuidado e carinho...
Todas as coisas sadias em um vínculo..., demandam e dependem do evitar das gritarias e das histerias que ofendem sem capacidade para retirar a ofensa...
O que se precisa crer sempre é que o outro, seja o amigo ou o cônjuge, são seres com quem Deus também fala; por isto, muitas vezes, é melhor que a nossa naturalidade no trato persista na direção do outro, sempre crendo que não é a nossa voz a única que fala, posto que Deus também fale; especialmente quando abrimos mão da gritaria e entregamos a questão ao amor e à verdade de Deus.
O momento relacional mais difícil é aquele no qual um dos implicados ou mesmo ambos, julgam que já se tornaram tão amigos ou íntimos, que o relacionamento já se cimentou de um modo tão concreto que já não mais se quebre...
Aí reside grande engano... Pois, o amor não acaba, mas pode entrar em um processo de tanto sofrimento, que, em razão disso, perca a felicidade no se dar...
Cada um de nós deve pensar nisto; e, mais que isto: deve ver com quem se perdeu a delicadeza de manter a amizade ou a vida conjugal como coisa nova todos dias; dando sempre ao outro a chance de amanhecer melhor para nós, e nós para ele; assim como são as misericórdias de Deus todos os dias, renovando-se a cada manhã.

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